Conheça o significado dos principais termos escritos nos rótulos de vinho

Para algumas pessoas, ler um rótulo de vinho é tão complexo quanto tentar decifrar um pergaminho egípcio de 3100 a.C.

Além de informações básicas como o nome do produtor, uva, safra e graduação alcoólica, a maior parte dos rótulos de vinhos apresentam informações adicionais relacionadas à região de origem, método de produção, maturação, envelhecimento, idade das vinhas, entre outras.

O que dificulta o entendimento do consumidor, é que essas informações adicionais são mostradas no rótulo em forma de siglas ou termos compreendidos apenas pelos profissionais da área.

Neste artigo apresentamos o significado dos principais termos escritos nos rótulos de vinhos nacionais e importados, para que você não fique com dúvidas na hora de comprar em nossa loja virtual.

Tenha uma boa leitura!

AOC

Appellation d’origine contrôlée – ou Apelação de Origem Controlada, em português.

É o sistema de classificação de vinhos franceses baseado em onde e como os vinhos são produzidos. Este sistema atesta que o vinho foi feito de acordo com as leis locais, respeitando uma série de regras e provém da área geográfica especificada no rótulo.

Foram os franceses que iniciaram este tão bem sucedido esquema de classificação, que depois foi adaptado para outros países ao redor do mundo.

Uma das AOC mais famosas da França, é a AOC Bourgogne.

DOC

Denominação de Origem Controlada (Portugal) ou Denominazione d’Origine Controllata (Itália).

Segue o mesmo princípio da AOC francesa, garantindo que o vinho tenha sido produzido de acordo com as leis locais, respeitando uma série de regras e seja proveniente da área geográfica especificada no rótulo. A sigla DOC é encontrada em vinhos de Portugal e Itália e cada país ou região tem suas próprias regras.

Entre as centenas de DOCs de qualidade, estão a Langhe DOC, que fica na região do Piemonte, na Itália, e a Douro DOC, em Portugal.

DO

Denominación de origen – ou Denominação de Origem, em português.

Segue o mesmo princípio da AOC francesa, garantindo que o vinho tenha sido produzido de acordo com as leis locais, respeitando uma série de regras e seja proveniente da área geográfica especificada no rótulo. A sigla DO é encontrada em vinhos da Espanha, Brasil, Chile e Argentina, e cada país ou região tem suas próprias regras.

Uma das DO mais famosas da Espanha, é a DO Ribera del Duero.

DOCa

Denominación de Origen Calificada ou Denominação de Origem Qualificada, em português.

A sigla DOCa é encontrada em vinhos da Espanha. É uma categoria com mais prestígio do que a anterior (DO) e com mais exigências para a produção do vinho. Para obter a classificação DOCa, uma DO precisa existir há pelo menos 10 anos.

Hoje são apenas duas DOCa na Espanha: Rioja e Priorat.

DOCG

Denominazione d’Origine Controllata e Garantita – ou Denominação de Origem Controlada e Garantida, em português.

É o primeiro e mais alto nível de classificação de vinhos italianos. Assim como a DOC, garante que o vinho tenha sido produzido de acordo com as leis locais, respeitando uma série de regras e seja proveniente da área geográfica especificada no rótulo. Além disso, os vinhos DOCG são submetidos a testes realizados por órgãos do governo.

Uma das mais prestigiadas DOCG italianas é a Brunello di Montalcino DOCG, na Toscana.

DOP

Denominazione di Origine Protetta (Itália), Denominación de Origen Protegida (Espanha) ou Denominação de Origem Protegida (Portugal).

A sigla DOP é encontrada em vinhos de diversos países da União Europeia, incluindo a Itália, Espanha e Portugal.

É uma denominação atribuída pela União Europeia aos alimentos/bebidas cujas características qualitativas peculiares dependem essencial ou exclusivamente do território em que foram produzidos.

Para utilizar o termo DOP o produtor deve cumprir rigorosas regras de produção estabelecidas. O cumprimento destas regras é garantido por um órgão de controle independente.

Um dos vinhos mais famosos que carregam a sigla DOP é o Rosso di Montalcino, produzido na Toscana.

IGP

Indicazione Geografica Protetta (Itália), Indicación Geográfica Protegida (Espanha), Indicação Geográfica Protegida (Portugal) ou Indication Géographique Protégée (França).

A sigla IGP é encontrada em vinhos de diversos países da União Europeia, incluindo a Itália, Espanha, Portugal e França.

Para utilizar o termo IGP o produtor deve cumprir regras de produção estabelecidas. O cumprimento destas regras é garantido por um órgão de controle independente.

Os vinhos com essa classificação seguem requisitos menos rigorosos do que os vinhos DOP, o que dá aos produtores maior liberdade de produção.

Uma das mais prestigiadas IGP é a IGP Salento, na Itália.

IGT

Indicazione Geografica Tipica – ou Indicação Geográfica Típica, em português.

Desde 2010, a classificação IGT está incluída na IGP, que engloba produtos não só italianos, mas de toda a União Europeia.

Os produtores italianos têm a liberdade para usar tanto o termo IGP quanto o IGT em seus rótulos.

Uma das denominações que ainda utilizam o termo IGT é a Toscana.

Crianza

O termo é encontrado em vinhos da Espanha.

Para receber essa classificação, os vinhos tintos devem envelhecer por um período mínimo de 24 meses, sendo de 12 meses em barris de carvalho e o restante na garrafa.

Já os vinhos brancos e rosés devem envelhecer por um período mínimo de 18 meses, sendo 6 meses em barris de carvalho e o restante na garrafa.

Reserva

O termo “reserva” foi criado para identificar os vinhos espanhóis com algum tempo de amadurecimento em barris de carvalho e envelhecimento em garrafa. Em regiões como Rioja, por exemplo, um vinho tinto reserva deve ter um envelhecimento total de 36 meses, no mínimo, sendo que a passagem mínima por barrica deve ser de 12 meses, seguida por um envelhecimento mínimo em garrafa de 6 meses.

Já um vinho reserva branco ou rosé espanhol deve ter um envelhecimento total de 24 meses, no mínimo, sendo que a passagem mínima por barrica deve ser de 6 meses.

O termo “reserva” também pode ser encontrado em vinhos de países como Itália (Riserva), Portugal, Chile, Argentina e Brasil, no entanto, cada um desses países seguem regras diferentes para o uso do termo.

Para saber o significado do termo em outros países, leia o artigo: https://vinomundi.com.br/blog/terminologias/vinhos-reserva-conheca-o-significado-do-termo-em-diferentes-paises/

Gran Reserva

O termo “gran reserva” foi criado para identificar os vinhos espanhóis com tempo de amadurecimento em barris de carvalho e envelhecimento em garrafa maiores do que os vinhos “reserva”.

Em regiões como Rioja, por exemplo, um vinho tinto gran reserva deve ter um envelhecimento total de 60 meses, no mínimo, sendo que a passagem mínima por barrica deve ser de 24 meses, seguida por um envelhecimento mínimo em garrafa de 24 meses.

Já um vinho gran reserva branco ou rosé espanhol deve ter um envelhecimento total de 48 meses, no mínimo, sendo que a passagem mínima por barrica deve ser de 6 meses.

O termo “gran reserva” também pode ser encontrado em vinhos de países como Portugal (Grande Reserva), Chile, Argentina e Brasil, no entanto, cada um desses países seguem regras diferentes para o uso do termo.

Vinhas Velhas

Não existe legislação que determine o uso do termo “vinhas velhas”.

Mas, é amplamente aceito no mundo do vinho que as “vinhas velhas” tenham mais de 25 anos e, de preferência, mais de 50 anos.

As vinhas velhas produzem (em teoria) um vinho melhor. E isso acaba sendo uma boa ferramenta de marketing para os produtores que detêm vinhedos antigos.

Cada país escreverá o termo de uma maneira, de acordo com a língua. Na França, por exemplo, você encontrará no rótulo o termo “vieilles vignes”.

Para saber mais sobre os vinhos de vinhas velhas, leia o artigo: https://vinomundi.com.br/blog/terminologias/conheca-os-vinhos-de-vinhas-velhas/

Single Vineyard

São vinhos produzidos com uvas cultivadas em um único vinhedo.

Alguns produtores detém pequenas e médias parcelas de terra que produzem vinhos singulares, com características que diferem de todos os outros vinhos do produtor.

Quando as uvas são provenientes desses vinhedos, o produtor faz questão de mencionar isso no rótulo do vinho.

Conclusão

Agora que você entendeu o significado dos principais termos e siglas descritos nos rótulos de vinho, ficará mais fácil realizar suas próprias escolhas.

Se você gosta do sabor de um vinho espanhol que passa por barris de carvalho, por exemplo, agora você já sabe que o gran reserva passa mais tempo em barris do que o reserva.

A compreensão desses termos nos ajuda a entender, também, porque alguns vinhos têm o preço maior do que outros. Alguns seguem mais exigências na produção, passam maiores períodos amadurecendo e envelhecendo antes de serem colocados à venda, e tudo isso contribui para o aumento do preço.

Se você ainda tem dúvidas em relação a algum dos termos mencionados neste artigo, ou gostaria de saber o significado de outro termo que não consta nesta nesta página, deixe seu comentário que nossa equipe de sommeliers te responderá o mais rápido possível.

Um brinde!